Os desafios
O Impacto do VIH
Homens que têm sexo com Homens
Os desafios

Nos primeiros anos de epidemia, foi amplamente reconhecido que o VIH estava a ter um grande impacto entre os HSH. Nos EUA e noutros países desenvolvidos havia comunidades assumidas de gays, de lésbicas e de bissexuais. Isto levou a respostas rápidas de ativistas gays, muitas vezes, com o apoio dos governos que perceberam que a concretização de campanhas de prevenção destinadas a gays não era só a coisa certa a fazer por razões humanitárias, mas também como medida de saúde pública. Estes esforços de carácter preventivo verificados desde cedo, que incluía o uso do preservativo e a educação de pares foram muito bem-sucedidos e ajudou a reduzir a infeção nesta população, em muitos países.
Nos últimos anos, porém, o impacto dessas intervenções estabilizou e a infeção pelo VIH está a tornar-se comum entre os HSH em muitos países industrializados. Também, se tornou, cada vez mais claro, que há uma necessidade desesperada de iniciativas de caracter preventivo destinados a HSH em regiões como a Europa Oriental, Ásia e América Latina e em África. No entanto, estima-se, que globalmente, ações de prevenção atinjam menos um em cada dez HSH, consequentemente, menos de metade dos HSH em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.

Criminalização

A principal razão para esta lacuna é o facto de muitos países terem leis que proíbem as relações entre pessoas do mesmo sexo. Os resultados de um estudo levado a cabo pela Associação Internacional de Gays, Lésbicas e Transsexuais e tornados públicos em Maio de 2012, verificaram que as relações homossexuais consentidas entre adultos é um crime em 78 países. Em 5 desses países (Irão, Mauritânia, Arábia Saudita, Sudão, Iémen e em zonas da Nigéria e da Somália) a homossexualidade é punida com pena de morte. Onde vigoram estas leis é muito improvável que os governos promovam qualquer tipo de intervenção no âmbito do VIH destinados a HSH. Grupos ou indivíduos que tentam contrariar estes movimentos e que pretendam levar a cabo campanhas de prevenção e de sensibilização como os próprios HSH, muitas vezes, enfrentam a violência e a detenção.

"A polícia apanhou-me e bateu-me. Eles nem sequer me deram uma chance de explicar... eu disse que trabalhava na área do VIH. Pediram-me a identificação, mas, por azar, tinha-me esquecido dos meus documentos nesse dia. Foi logo motivo para me levarem para a prisão. Depois de eu prometer que nunca mais fazia nada do género, deixaram-me ir."

Profissional na área da prevenção do VIH trabalhando com HSH no Bangladesh

O caso do Senegal demonstra bem isso, num país em que um estudo revelou que 22% dos HSH estão infetados pelo VIH, o julgamento de nove ativistas envolvidos em ações de prevenção, tratamento e programas de cuidados de saúde, causou indignação internacional em 2009. Embora, as sentenças tenham sido revogadas posteriormente, o veredito original revela como a discriminação de um governo pode limitar a prevenção do VIH nos HSH.

Discriminação por parte das autoridades

Discriminação por parte das autoridades é muitas vezes sentida, quando os HSH que vivem com a infeção pelo VIH, tentam aceder a centros de tratamento ou de despistagem.

"Os nossos maiores problemas são a polícia e os médicos. Muitos HSH com quem trabalhamos são pobres e não podem pagar a médicos particulares. Quando se dirigem a clínicas do sistema nacional de saúde, os médicos insultam-nos por causa das suas preferências sexuais e, por essa razão, muitos preferem permanecer sem tratamento em vez de serem objeto de discriminação e de humilhação."

Profissional na área da prevenção do VIH trabalhando com HSH no Bangladesh

Casos como este faz com que os HSH não revelem as suas verdadeiras orientações sexuais e pode forçá-los a encontrar potenciais parceiros em locais escondidos do público em geral. Isto pode tornar o acesso difícil a esta população e, por consequência, campanhas de prevenção.

Especialistas defendem que os governos e as sociedades precisam de adotar uma abordagem menos discriminatória de maneira a que os esforços preventivos consigam ter êxito. Isto implica revogar leis que criminalizam as relações sexuais entre homens; introduzir novas leis que minimizem a violação aos direitos humanos e, fazer um esforço maior para mudar a perceção do público me geral sobre os HSH. A decisão tomada na Índia em Julho de 2009, revogando a lei que criminaliza a homossexualidade é vista como um passo significativo para melhorar a abertura do país à prevenção, ao tratamento e aos cuidados de saúde para os HSH. No entanto, mesmo em países, em que os direitos dos HSH estejam legalmente salvaguardados, geralmente, há uma maior necessidade de mais empenho na resolução do problema por parte dos mecenas e dos governos, como a quantidade de dinheiro colocado a favor das campanhas que muitas vezes é desproporcional à escala real do problema.

Falta de investigação

Definitivamente, mais pesquisa sobre o impacto do VIH nos HSH, particularmente, em países em vias de desenvolvimento, levaria a uma maior compreensão da situação e tornaria mais fácil aplicar medidas mais ajustadas.

"A verdade assustadora é que em muitos países do mundo desconhecemos o quão mal pode ser a epidemia entre os HSH... a transmissão entre os HSH ainda não é monitorizada na maioria dos países, resultando numa lacuna na investigação, considerável. Mais pesquisa é urgentemente necessário para tornar os esforços de prevenção mais eficazes."

Dr. Chris Beyer, director of Johns Hopkins Fogarty AIDS International Training and Research Program

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