O Impacto do VIH
Utilizadores de drogas injetáveis
Introdução
"Especialistas em saúde pública já há muito tempo que perceberam que, para travar a epidemia pelo VIH, as leis e os esforços policiais são tão importantes como seringas esterilizadas, preservativos e o tratamento antiretroviral. Mas tanto as Nações Unidas como as várias comissões que elas patrocinaram - que nunca tiveram fama de ser muito corajosas - não foram nunca capazes de equacionar as implicações da legislação que criminaliza a posse de drogas, preferindo falar sobre redução do estigma, minimização de danos e descriminalização dos utilizadores de drogas. Esta situação alterou-se "ontem" (10 de Julho) quando Michel Sidibe, diretor do programa das Nações Unidas para a SIDA (ONUSIDA), Helen Clark, administradora do programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP) e ex primeira-ministra da Nova Zelândia e o vice secretário-geral das Nações Unidas, Jan Eliasson, se juntaram para saudar as conclusões da Comissão sobre VIH e Lei, que incluem um apelo claro e explícito para a reforma da legislação que considera um crime a posse, e não apenas o comércio, de drogas" July 11, 2012 by Daniel Wolfe & Joanne Csete Public Health Program, Global Drug Policy Program Milhões de pessoas por todo o mundo são utilizadores de drogas injetáveis (UDIs) e a via endovenosa do consumo através da partilha de material de uso, principalmente, as seringas, é uma forma muito eficaz de transmitir o VIH. Cerca de 30% das infeções pelo VIH a nível global fora da África Subsaariana são causadas pelo uso de drogas injetáveis e é responsável por um número elevado de pessoas que vivem com o VIH e ou com SIDA. A natureza ilegal do consumo de drogas injetáveis também pode criar barreiras ao acesso ao tratamento e a serviços de prevenção, fazendo por isso dos UDIs uma das populações mais vulneráveis à infeção pelo VIH e aos seus efeitos. A ligação com o sexo comercial ainda potencia mais a transmissão do VIH a outras pessoas. Por que razão as pessoas consomem? As pessoas consomem drogas legais ou ilegais por variadíssimas razões que diferem de pessoa para pessoa e de droga para droga. Inúmeros fatores podem estar associados com, apesar de não, necessariamente precipitarem, o consumo de drogas. Os indivíduos podem consumir para desfrutar de uma sensação de despreendimento ou de euforia sob o efeito das drogas, das suas propriedades relaxantes e da indução que as mesmas provocam. Podem consumir para desfrutar das qualidades medicinais e do estado de alerta ou de sensibilidade que as drogas provocam ou pela pressão dos pares, ou pelo hábito ou pela sua história de vida, ou pelo seu estatuto económico ou por tudo isto. Estas podem ser muitas de variadíssimas razões pelas quais as pessoas consomem. A verdade é que se as pessoas são verdadeiros adictos sentem que não conseguem fazer nada sem as drogas.
As drogas podem ser tomadas de variadíssimas formas, podem ser fumadas, inaladas, ingeridas ou absorvidas pela pele mas é injetadas que cria um maior risco de transmissão pelo VIH.
"A cannabis é a droga mais consumida em Portugal, seguindo-se, ainda que em menor grau, a cocaína, o ecstasy e as anfetaminas. A heroína é a mais comum entre a população reclusa e a que causa mais mortes." A Canadian AIDS Society defende que a heroína tem sido o foco de discussão quando se fala em consumos com drogas injetáveis e infeção pelo VIH mas a cocaína é o maior problema que se verifica em muitas cidades. E, isso é comprovado através de estudos feitos em Vancouver e em Montreal em que detetam que a cocaína é a droga mas consumida por via endovenosa. Outro estudo também demonstra o mesmo e acrescenta que isso acontece por causa do efeito rápido que esta droga provoca aumentando assim o risco de transmissão pelo VIH. |
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