Para a Comunidade
Equipamentos Sociais
"Elizabete (nome fictício) demora pelo menos duas horas de transportes públicos a ir visitar a mãe, de 74 anos, ao único lar que a aceitou. Conta esta auxiliar de ação educativa que, com o avolumar de problemas de saúde - cataratas, dificuldade em andar - se tornou impossível mantê-la em casa, um terceiro andar sem elevador." A infeção pelo VIH, em resultado dos avanços terapêuticos que aumentam e melhoram a qualidade de vida as pessoas com o VIH, tem vindo a assumir características de uma doença crónica. Deste modo tornou-se urgente providenciar cuidados de saúde especializados a longo prazo.
Em Portugal, tudo indica que é, praticamente, impossível colocar alguém que vive com o VIH e/ou com SIDA num lar e/ou num centro de dia. Essa impossibilidade resulta do estigma e discriminação associados ao VIH. É corrente encontrar nos regulamentos internos dos Lares, como condição ou requisitos de admissão, frases como as seguintes:
Para além da incorreta aplicação do termo doenças infecto-contagiosas - porque há doenças infecciosas que não são contagiosas, e doenças contagiosas que não são infeções - a utilização desta condição para não receber pessoas que vivem com VIH é perfeitamente abusiva pois a infeção pelo VIH não é contagiosa. |
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