Do teste do VIH ao tratamento do VIH: procedimentos, taxas e determinantes da referenciação
Julian Perelman, Adriana Ferro, Sónia Dias, Luís Mendão, Andreia Pinto Ferreira, Luís Caldeira, Joana Fernandes, Kamal Mansinho, Teresa Baptista, Eugénio Teófilo, Fernando Maltez
INTRODUÇÃO
A entrada atempada no tratamento resulta em benefícios para a saúde dos doentes infectados com VIH, bem como na comunidade através do seu impacto na transmissão. A ausência de diagnóstico e a referenciação inadequada para tratamento irão limitar a eficácia das estratégias de tratamento. Num contexto de acesso gratuito aos tratamentos, como é o caso em Portugal, a referenciação insuficiente poderá ser uma explicação da permanência de taxas de incidência elevadas e da percentagem elevada de doentes a iniciar tratamento numa fase avançada.
A monitorização da referenciação é raramente efectuada, e a evidência sobre os seus determinantes é limitada aos estudos feitos nos EUA, que sugerem que tanto as características estruturais dos locais de teste, bem como as estratégias de referenciação desempenharão um papel crucial.
Este projecto visa compreender de que forma é efetuada a referenciação na prática em Portugal, medir as taxas de referenciação, e avaliar quais os seus determinantes.
MATERIAL E MÉTODOS
Numa primeira etapa, iremos mapear o processo de referenciação, a partir dos Centros Hospitalares de Lisboa Central, Lisboa Ocidental, e Lisboa Norte. Será recolhida informação, para todas as primeiras consultas de VIH-SIDA entre o 1/6/2013 e 1/6/2014, sobre o local de proveniência dos doentes. Logo, será recolhida informação sobre os protocolos de seguimento e características dos locais de rastreio.
Numa segunda fase, será realizado um estudo prospectivo a partir dos locais de rastreio identificados na primeira fase. Iremos seguir todos os pacientes naïve diagnosticados, durante um período de seis meses, do local de rastreio até ao local da consulta de especialidade, atribuindo a cada paciente um "sticker" no local de rastreio que deverá remeter ao hospital na altura da primeira consulta. Um questionário será preenchido no local de rastreio, com indicação da data do rastreio, do nome do hospital de referência, e das características sociodemográficas do doente. O período de recolha de informação nos locais de rastreio será de 6 meses, assim como o período de seguimento.
CONCLUSÃO
O seguimento dos doentes permitirá calcular para um período de 6 meses, considerado como tempo máximo, a taxa de referenciação para Portugal. Os dados sobre as características dos locais de rastreio, incluindo o protocolo de seguimento, e sobre as características sociodemográficas dos doentes, permitirão estimar o peso de cada um destes factores no sucesso da referenciação.
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Projeto de Investigação em desenvolvimento...
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