Poderei continuar a trabalhar?
Para as Pessoas que vivem com o VIH
Poderei continuar a trabalhar?

Sim, as pessoas que vivem com o VIH podem e devem continuar a trabalhar. Os avanços conseguidos no tratamento do VIH fizeram com que a maioria das pessoas que vivem com o VIH possa ter uma vida profissional ativa que as preencha. No entanto, as pessoas que apresentam uma sintomatologia mais agravada poderão ter maiores dificuldades em lidar com as exigências do mercado de trabalho.

Além de proporcionar segurança financeira, o trabalho assume um papel muito importante na construção da identidade pessoal e social. Para as pessoas que interrompem o exercício de uma profissão, seja por razões associadas ao choque psicológico de se saberem infetadas ou aos efeitos da medicação antirretroviral, o regresso ao trabalho constitui um passo importante, na medida em que significa abandonar o papel de "exclusivamente doente" para se comprometerem com uma vida ativa, da qual o trabalho faz parte (Maticka-Tyndale, Adam e Coe, 2012, In Dias, 2011).

Contudo, a decisão de (re) integrar o mercado de trabalho levanta por vezes questões que devem ser tidas em conta e que importa trabalhar com as pessoas que vivem com VIH, nomeadamente fatores psicológicos, financeiros, clínicos, familiares e sociais. Daí ser tão importante haver uma intervenção multidisciplinar que trabalhe todas estas vertentes para que este processo decorra com o maior sucesso possível.

Há alguma profissão que não possa ser desempenhada por uma pessoa com VIH?

Tenha sempre em mente que só há três formas do VIH ser transmitido, e, se nenhuma delas for colocada em prática no seu local de trabalho, poderá continuar a desempenhar as suas funções tranquilamente.
Contudo, aconselhamos que fale sempre com o seu médico porque o desempenhar de algumas tarefas, poderá colocar a sua saúde em perigo. Por exemplo se estiver com uma contagem de células CD4 baixa e se trabalhar numa unidade hospitalar poderá apanhar uma infeção oportunista e ficar doente.

Devo dizer no meu trabalho que vivo com o VIH?

Antes de mais, as pessoas que vivem com VIH devem estar muito bem informadas, sobre que dados a entidade empregadora tem direito a receber sobre os seus trabalhadores. Saber que se o médico da medicina do trabalho quiser fazer-lhe o teste do VIH, terá de justificar e fundamentar, por escrito, a necessidade de o fazer e só o poderá fazer com o seu consentimento. Acresce que nunca poderá divulgar o resultado do teste - de qualquer teste - nem fornecer qualquer dado da sua saúde à entidade patronal. Poderá apenas considerá-lo apto ou não apto, para o desemprenho da atividade laboral.

Sobre a questão de revelar ou não à entidade patronal o facto de viver com VIH, somos da opinião, que os prós e os contras terão que ser muito bem refletidos e considerados.

Pode não ser uma boa ideia contar se acha que a entidade que o emprega, pode tratar essa informação sem qualquer sensibilidade, ou mesmo torná-la pública, podendo, vir a ser discriminado.

Se por outro lado, a sua entidade empregadora, estiver sensibilizada para a questão (não viola os direitos dos trabalhadores; melhora as condições de trabalho; desenvolve ações de formação e sensibilização; subscreve recomendações e códigos de conduta relacionados com este tema) então deverá saber receber essa notícia e não ter atitudes discriminatórias. Veja aqui as empresas que assinaram o código de Conduta – Empresas e VIH

Vou ser discriminado no meu local de trabalho?

O VIH atinge sobretudo adultos em idade ativa, que fazem parte o tecido produtivo do país e por esse motivo o contexto profissional deveria ser um local privilegiado de acesso à prevenção, ao apoio e ao tratamento e não à discriminação, como assistimos atualmente.

O estudo realizado pelo GNP+ e pela ILO intitulado "Evidence Brief Stigma and Discrimination at Work" mostra claramente que o estigma e discriminação relacionados com o VIH impedem, muitas vezes, as pessoas que vivem com a infeção pelo VIH de aceder ao mercado de trabalho de diferentes formas, nomeadamente:

  • Criando obstáculos à entrada no mercado de trabalho
  • Alterando o tipo de trabalho que são autorizados a fazer
  • Impedindo a ascensão nas carreiras profissionais
  • Desencadeando o seu despedimento
  • Impedindo o seu acesso à formação e educação para adultos

Também em Portugal, sabemos que a infeção pelo VIH/SIDA "não é apenas uma condição de saúde, mas também uma condição social, limitadora de oportunidades e processos" a nível laboral. Esta é uma das conclusões que se podem encontrar no estudo "Diagnóstico da infeção VIH/Sida: representações e efeitos nas condições laborais", coordenado por Isabel Dias, docente do Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e investigadora do Instituto de Sociologia (IS). Veja aqui o Estudo Completo »

Contudo, esforços continuam a ser feitos, para que cada vez mais as entidades patronais estejam informadas e promovam a inclusão das pessoas que vivem com VIH no seio das suas empresas. É por isso muito importante que sejam denunciadas e punidas as situações de discriminação, pois só assim se podem prevenir situações idênticas e mudar a atitude do tecido empresarial face ao VIH.

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Se reside na linha de Cascais venha fazer o teste para o VIH, Hepatite B e C na SER+

Poderá conhecer o seu estatuto serológico para o VIH, Hepatites B, C e Sífilis, nas instalações da SER+ (em Cascais) ou na nossa Unidade Móvel de Saúde (que circula nos concelhos de Cascais e Oeiras).

O teste é gratuito, anónimo e confidencial, e tem os resultados em 20 minutos.

Na sede da SER+ os rastreios podem ser realizados às:

  • 2ª feira: entre as 9:20 e as 12.40h e as 14h e as 16.40h
  • 3ª feira: entre as 9:20 e as 12.40h
  • 6ª feira: entre as 9:20 e as 12.40h

Pede-se marcação prévia através do telef. +351 214 814 130 ou +351 910 905 974 ou através do email: alexandra.aguiar@sermais.pt.

Na Unidade Móvel o rastreio é feito por ordem de chegada. Poderá conhecer a rota da Unidade Móvel na nossa página de Facebook, na página de Instagram @diagnosticarnalinha www.instagram.com/diagnosticarnalinha ou através do telem. 910 905 974.

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