![]() O Impacto do VIH
Trabalhadores do Sexo
A prevenção do VIH no mundo dos TS
Concluímos que os TS não estão "universalmente" em risco de se infetarem pelo VIH e, que a situação, varia entre regiões. No entanto, é claro e evidente que em muitos países onde a infeção está a tomar "posição", como é o caso de Portugal, um número elevado de trabalhadores do sexo, estão a ser afetado pelo VIH, e isso, é uma questão muito importante.
Embora os TS sejam severamente afetados pela infeção pelo VIH em muitas partes do mundo, também são um dos grupos mais propensos a responder bem às campanhas de prevenção do VIH. Como é que as campanhas de prevenção podem ser eficazes? Olhando e entendendo os problemas por que passam os TS, será mais fácil conseguir maior sucesso nas campanhas de prevenção. É impossível falar sobre os TS como um grupo com características comuns, pois as pessoas que estão envolvidas, são oriundas de culturas diferentes, têm backgrounds que os diferenciam e, isso, obviamente, trás um impacto, grande, nos seus modos de vida. Do mesmo modo, a exposição à infeção pelo VIH, também é um fator que os pode destacar, dependendo do país em que vivem, se trabalham na rua ou numa casa de alterne, se têm acesso ou não a preservativos, se estão a ser coagidos ou não, entre outras variáveis. Apesar desta diversidade, os TS, geralmente, tem vários fatores que são comuns entre si, podendo aumentar o risco à infeção pelo VIH. Fatores que potenciam a vulnerabilidade da infeção pelo VIH nos Trabalhadores do Sexo: Múltiplos parceiros e o uso inconsistente do preservativo
Factores sociais e económicos Da mesma forma que partilham múltiplos parceiros, os TS muitas vezes, partilham outros fatores nas suas vidas, particularmente, no que diz respeito às suas condições sociais e económicas. Os TS são geralmente, estigmatizados, marginalizados e criminalizados pelas comunidades onde vivem e de diferente formas e, são esses fatores que podem contribuir para se tornarem mais ou menos vulneráveis à infeção pelo VIH. Por um lado, embora o sexo comercial seja legal em muitos países, os TS são raramente protegidos pela lei. Por todo o mundo, existe uma grande falta de legislação e de políticas que os protejam das ações violentas dos seus clientes, por exemplo, um TS que seja violado, geralmente, as hipóteses são muito remotas que o seu atacante seja acusado. A falta de proteção, em alguns casos, permite que os TS estejam sujeitos ao abuso, à violência e, em alguns ambientes é mais fácil que a infeção pelo VIH ocorra. As ONG´s reportam que quase dois terços dos países onde trabalham, têm leis que tornam difícil prestar algum apoio aos TS. Em alguns países, a polícia usa a posse de preservativos como prova de alguém que está envolvida na atividade do sexo comercial, impedindo, assim, os esforços dos TS em se protegerem. "Para evitar a prisão, que muitas vezes, envolve violência, agressões, estupro e outros traumas, os TS tentam evitar trazer consigo coisas que os possam ligar à indústria do sexo, como por exemplo, andar com preservativos ou ir a centros de saúde fazer check-ups." Representante de uma ONG Para além disso, o estigma e a discriminação que os TS enfrentam pode tornar difícil o acesso às unidades de saúde, aos serviços de apoio jurídico e aos serviços de apoio psicossocial. E, sem acesso a esses serviços, a vulnerabilidade à infeção pelo VIH é maior tanto para eles como para os próprios clientes e por sua vez, para os companheiros(as) destes. "Quando decidi ir ao Centro de Saúde da minha zona residencial, falar com o meu médico de família, os profissionais de saúde foram muito indelicados e, imediatamente, me perguntaram se eu era prostituta, inclusive o próprio médico, que chegou a perguntar-me, assim que entrei no consultório, se eu era seropositiva. Essa atitude desencorajou-me de voltar ao centro de saúde ou a qualquer outra unidade de saúde." Anónima, TS Utilizadores de drogas injectáveis Em alguns países, um grande número de TS também são utilizadores de drogas injetáveis (UDI). Alguns acabam por envolver-se na indústria do sexo como forma de financiar o uso das drogas, enquanto outros, é precisamente o contrário, ou seja, iniciam-se na indústria do sexo e acabam por recorrer às drogas e depender das mesmas. Desde que se soube que a partilha de seringas e de material de uso, é uma das formas de transmitir o VIH, os TS que são UDI's, enfrentam um risco, particularmente, elevado de se infetarem. Migração, mobilidade e tráfico humano
Outra maneira de a infeção pelo VIH, indústria do sexo e mobilidade estarem relacionadas é através do "turismo sexual", onde os clientes viajam entre países à procura de sexo pago. O turismo sexual é o que alimenta os TS em muitos países da Ásia, como a Tailândia e das Caraíbas. Em alguns casos, os clientes atravessam continentes a fim de conseguirem sexo com menores. |
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