"Costumo dizer por brincadeira que, em 1995, quando iniciei o tratamento antirretroviral, era preciso tirar um curso para saber tomar corretamente a medicação. Não era fácil orientar-me com tantas tomas, tantos comprimidos e, ao mesmo tempo, tentar gerir os efeitos secundários tais como dores de cabeça, dores musculares, cansaço, vómitos, diarreia, entre outros. Ao longo dos anos, mudei de medicação quatro vezes. Hoje faço uma toma diária de três comprimidos e não sinto qualquer tipo de efeito secundário. Tenho uma vida ativa e sinto-me bem." Maria João, Almada fonte: VIH e qualidade de vida 2012, publicações GAT
Terapia antiretrovírica
A única maneira de controlar eficazmente os níveis de VIH no sangue é aderir ao tratamento antirretroviral. O tratamento consiste em medicamentos que devem ser tomados "religiosamente", todos os dias para o resto da vida. Pode levar anos até que o VIH danifique o sistema imunitário ao ponto do tratamento ser necessário. A maioria das pessoas vive com o vírus por muitos anos antes de iniciar a terapia antirretroviral.
Os medicamentos reduzem as quantidades de vírus que estão no corpo a níveis indetetáveis, permitindo que o sistema imunitário recupere em força. Existem cinco grupos de medicamentos antirretrovirais, cada um deles ataca o VIH de diferentes maneiras e diferentes fases do seu processo de replicação. Tomar medicamentos de dois ou mais destes grupos reduz o risco do VIH se tornar resistente ao tratamento.
Tratamento para as infeções oportunistas
Se a terapia antirretroviral estiver indisponível ou não funcionar adequadamente, a pessoa que vive com o VIH pode desenvolver infeções oportunistas, as quais precisarão de ser tratadas. A tuberculose, a pneumonia e a candidíase, são alguns exemplos destas infeções.
Algumas infeções oportunistas são mais fáceis de tratar do que outras. Sintomas como a candidíase na boca ou herpes simplex podem facilmente ser tratadas clinicamente ou controladas através da ajuda de serviços de apoio domiciliário. No entanto, as infeções oportunistas como a toxoplasmose e o citomegalovírus só podem ser diagnosticados e tratados eficazmente em locais com avançados recursos médicos.
Mesmo em zonas com os melhores recursos, o tratamento das infeções oportunistas permanece essencial, especialmente para
Projeto Saúde Positiva promovido pela SER+
aqueles que ainda não começaram ou que recentemente iniciaram o tratamento antirretroviral. Alguns medicamentos, como o cotrimoxazol, podem ser recomendados para prevenir infeções oportunistas em crianças ou em pessoas com o sistema imunitário muito fragilizado.
Tratamentos alternativos ou complementares
Na ausência de tratamento antirretroviral, muitas pessoas procuram outras maneiras de atrasar o estadio de SIDA ou de tratar as infeções oportunistas. A medicina alternativa e complementar é muito popular entre as pessoas que vivem com o VIH.
Muitas pessoas seropositivas dizem sentir-se melhores depois de usarem tais terapias e é provável que alguns desses tratamentos sejam realmente benéficos, no entanto, a maior parte deles não estão aprovados de acordo com as normas que regem os produtos farmacêuticos reconhecidos na Medicina Ocidental convencional e, outros, são mesmo completamente desaconselhados a pessoas com VIH.
Algumas pessoas que já tomam medicamentos antirretrovirais podem procurar terapias complementares para aliviar os efeitos secundários do tratamento, do stress ou para melhorar a saúde em geral e o bem-estar.
Apesar de alguns tratamentos complementares puderem trazer alguns benefícios, outros há que fazem mais mal que bem. Os efeitos adversos podem ser devido à toxicidade, às interações nefastas com outros medicamentos. Os médicos precisam estar atentos a todas as formas de tratamento dos seus pacientes que estão a receber.
Há muitas coisas pode tentar fazer para se manter saudável depois de saber que foi diagnosticado(a) pelo VIH:
Manter-se em contacto com o seu médico ou com um técnico de saúde. É muito importante tirar notas e seguir os conselhos dos médicos;
Aderir ao tratamento antirretroviral exatamente como lhe foi prescrito. Todas as reações ao tratamento devem ser reportadas ao médico, tão cedo quanto possível, de forma a explorar a possibilidade de alterar a medicação;
Evitar quaisquer Infeções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) que, devido ao estado enfraquecido do sistema imunitário, são muito mais graves nas pessoas que vivem com o VIH. Deve ser praticado sexo seguro de forma a reduzir as probabilidades de transmissão de outras ISTs e de se reinfectar com outras estirpes de VIH;
Ter uma alimentação saudável, fazer exercício e ter descanso regular e um sono tranquilo podem fazer toda a diferença ao bem-estar das pessoas;
Ponderar aderir a um grupo de autoajuda. Não só é uma possibilidade de conhecer outras pessoas que vivem a mesma experiencia como uma oportunidade de receber aconselhamento sobre a forma como lidar com o VIH. Consulte "Como posso encontrar ajuda?" e saiba mais.
Saiba mais e consulte o Manual: VIH e qualidade de vida 2012, publicação do GAT:
VIH e Qualidade de Vida - 2012, publicações GAT
Pág.5: Secção 1: Informação geral Pág.6: Introdução Pág.7: Perguntas gerais Pág.14: Como relatar os efeitos secundários ao médico Pág.15: Diário dos efeitos secundários Pág.16: Como se classificam os efeitos secundários nos ensaios clínicos Pág.18: Efeitos secundários, níveis dos medicamentos e genética Pág.19: Mudança de medicamentos antirretrovirais Pág.22: Efeitos secundários e adesão Pág.23: Relação com o médico Pág.25: Secção 2: Efeitos secundários comuns Pág.26: Diarreia Pág.30: Náuseas e vómitos Pág.32: Cansaço Pág.34: Insónia Pág.36: Saúde mental Pág.38: Saúde sexual Pág.41: Secção 3: efeitos secundários agudos e graves Pág.41: Efeitos secundários a nível do Sistema Nervoso Central (SNC): Pág.42: flutuações de humor, ansiedade, tonturas e perturbações do sono Pág.46: Reações de hipersensibilidade (abacavir) Pág.48: Aumento e bilirrubina, icterícia (pele ou olhos amarelos) Pág.50: Efeitos secundários relacionados como funcionamento dos rins (toxicidade renal) Pág.52: Problemas cutâneos: rash Pág.54: Pele seca, perda de cabelo e problemas de unhas Pág.56: Neuropatia periférica Pág.60: Efeitos secundários relacionados com o fígado Pág.62: Acidose láctica, pancreatite Pág.63: T-20: reações no local de injeção e outros efeitos secundários Pág.64: Lipodistrofiae mudanças metabólicas: perda e/ou acumulação de gordura, açúcar e diabetes Pág.79: Secção 4: VIH, envelhecimento e qualidade de vida Pág.80: VIH e envelhecimento Pág.82: Doença cardíaca Pág.86: Alterações ósseas Pág.88: VIH e cancro Pág.90: Estilo de vida e saúde Pág.91: Alimentos: dieta equilibrada e saúde Pág.97: Exercício e atividade Pág.98: Outros medicamentos importantes Pág.99: Referências
Comorbilidades no VIH
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